Esta inovação amplia a ubiquidade da BVS e, portanto, do acesso à informação científica e técnica em acesso livre e aberto. O desenvolvimento foi iniciado pela BIREME há um ano e a partir de resultados dos relatórios Mobile access to health information for increased equity and improved public health contratados da consultoria Nicholas Cop Consulting de agosto e setembro de 2009. A operação dos produtos e serviços de informação da BVS e redes associadas por meio de dispositivos móveis é uma das principais linhas de ação do desenvolvimento de metodologias e tecnologias da BIREME para o biênio atual.

A primeira fase de desenvolvimento do projeto foi a preparação da página, os produtos e serviços da BVS para acesso por dispositivo móvel. A partir da mesma plataforma tecnológica do portal global da BVS, a chamada BVS-Site (external link) para a criação dos portais da BVS, foi possível desenvolver uma interface adaptada do portal BVS Regional (external link) para dispositivos móveis. Esse desenvolvimento foi facilitado pela arquitetura tecnológica em camadas da BVS que separa os dados das interfaces de publicação, navegação e busca.

A implantação da interface da mBVS seguirá a estrutura do marco operacional da BVS, baseado em redes sociais, de conteúdo e de ambientes aprendizes. Assim, nesta primeira versão, a interface da mBVS, restrita ao portal global da BVS, apresenta a área para buscas nas coleções de fontes de informação da BVS, o acesso ao thesaurus de conceitos da BVS - Descritores em Ciências da Saúde (DeCS (external link)) e o acesso às redes associadas da BVS – CVSP (external link), ePORUGUÊSe (external link), EVIPNet (external link), GHL (external link), SciELO (external link), ScienTI (external link) e TropIKA.net (external link).

De acordo com o Diretor da BIREME, Abel Packer], o desenvolvimento do projeto mBVS durante o biênio de 2010-2011 abarcará quatro implementações e resultados esperados principais que serão realizadas em paralelo. Primeiro, adaptar os produtos, serviços e portais das redes associadas a BVS em cooperação com as instituições que lideram estas redes. “Este desenvolvimento é importante para levar para os dispositivos móveis toda a interoperabilidade que a BVS tem com as redes associadas”, afirma. Segundo, disseminar a implantação e operação da mBVS em mais de uma centena de instâncias nacionais, temáticas e institucionais da BVS. Ao mesmo tempo em que amplia a ubiquidade da BVS, esta implantação contribuirá para o desenvolvimento de capacidades e infraestruturas nacionais e instituição na plena adoção das tecnologias móveis para a área de informação e comunicação científica em saúde, de acordo com o Diretor. Terceiro, desenvolver, manter e inovar aplicativos de acesso e navegação que operam nos dispositivos móveis (apps) com prioridade para os smartphones de modo a maximizar a capacidade do usuário final ter em mãos o acesso atualizado à BVS. Quarto, desenvolver, manter e inovar aplicativos de alimentação e atualização das fontes de informação da BVS e, particularmente, aplicativos que facilitem a interação nos espaços de colaboração online a BVS.

Na condução deste desenvolvimento, a BIREME utilizará os recursos humanos da sua equipe técnica de desenvolvedores, ampliando progressivamente para a Rede de Desenvolvedores da BVS (RedDes (external link)) e com a assistência de consultores e empresas especializadas. Como dispositivos padrões para a implatanção das aplicações da mBVS, a BIREME priorizará as plataformas iPhone OS (iPhone), BlackBerry OS (Blackberry), Android. Em seguida serão implantadas também as plataformas Windows Mobile e Symbian (Nokia).

“A BIREME e a rede BVS estarão em pouco tempo sintonizadas com o estado da arte na operação dos produtos, serviços e eventos de informação nos dispositivos móveis para o trabalho. Trata-se de um grande desafio, mas uma das características da BVS é a sua constante inovação para maximizar a inclusão digital e informacional com a democratização do acesso à informação, conhecimento e evidência científica. As perspectivas são muito boas”, afirma Abel Packer.


Estudo analisa o potencial de acesso à BVS e também à SciELO via celulares

De acordo com os informes elaborados para o projeto, o uso das tecnologias móveis – telefones celulares em particular – para comunicar e acessar informação está crescendo muito rapidamente no mundo todo, motivado pela queda dos custos e funcionalidades dos aparelhos. Há atualmente mais de 4 bilhões de usuários de telefones celulares no mundo, de acordo com o site do ITU (external link). Na América Latina e Caribe, são 383 cadastros de aparelhos.

A sempre crescente sofisticação dos dispositivos móveis chamados smartphones e a rápido alcance das tecnologias de transmissão de dados como 3G (384 Kbps para 3 Mbps) e 4G (7Mbps para acima de 100 Mbps) estão levando a explosão de acesso móvel à Internet, a chamada Internet Móvel, e o uso de apps, programas como os usados em smartphones para acessar a Internet, conforme relatam os informes.

Telefones celulares atualmente vem acompanhados de chips com WiFi e GPS, com maior e melhor brilho e resolução de tela, e ainda com a capacidade de utilizar aplicativos ou apps. Os chips GPS permitem localizar serviços como diretórios de serviços que por sua vez oferecem ao usuário a clínica médica mais próxima. Telefones celulares são ainda usados como aparelhos multimídia, sistemas de pagamentos ou câmeras.

A visão de grupos de interesse sobre a mBVS e mSciELO

O estudo desenvolvido pela consultoria Nicholas Cop enfatiza que serviços móveis são fundamentalmente para a BIREME componentes que não são com freqüência disponíveis em computadores pessoais do público em questão – estudantes, médicos, profissionais de saúde.

Considerando este público, uma pesquisa online foi feita como parte dos informes com foco nos usuários da BIREME. A pesquisa foi publicada no portal da BIREME (external link) de 19 de junho a 17 de julho de 2009 e foi realizada par conhecer as capacidades dos usuários de dispositivos móveis e sua correspondente velocidade de transmissão de dados e serviços. Além disso, a pesquisa analisou se os usuários usavam a Web (seja via WAP ou Internet) e mensagens de texto, o objetivo de usarem estes serviços e o que gostariam de ver na mBVS e mSciELO.

Do total de 150 respostas analisadas, em duas questões sobre o que os usuários gostariam de ter na mBVS e mSciELO, era possível selecionar mais de uma opção. Por exemplo, um usuário poderia marcar tanto resumos de artigos quanto referências bibliográficas. No total, 431 opções foram selecionadas.

O resultado mostrou que 38% tem smartphomes (iPhone, Blackberry e outros). Alguns participantes indicaram que desejam ter aparelhos com melhores características em um futuro próximo e indicaram o modelo que provavelmente poderiam obter. Se estes forem considerados, a porcentagem de smartphones subiria para 61%. Também foi apresentado que 2% têm telefones simples, sem conectividade.

Quanto à velocidade do serviço, a pesquisa mostrou que 59% informa ter serviços de 2G (de 48kbps a 236.8kbps); 38% tem serviço 3G (de 384 kbps a 7.2 Mbps).

Os aparelhos são comumente usados para acesso a notícias e textos (28% cada) seguido pela função de obtenção de referências bibliográficas (17%). A maioria dos usuários informou pagar pelo uso, os sistemas pré-pago e pós-pago (38% e 34% respectivamente), são seguidos por contrato com Internet incluída (18%).

O que usuários querem na mBVS e mSciELO

De acordo com a pesquisa, o que os usuários mais querem é resumos de artigos (19% e 20% na BVS e SciELO respectivamente). Alertas de notícias gerais, alertas sobre questões em evidência em saúde e referências bibliográficas aparecem em seguida (de 15 a 17% das respostas). Artigos em texto completo foi uma demanda alta para a SciELO (16%).

As entrevistas com grupos de interesse no tema revelaram que eles acreditam que a questão dos dispositivos móveis é muito importante para a BIREME.

Os serviços móveis verificados como outro canal de disseminação para a informação da BIREME que era uma expectativa dos usuários já que o mundo todo caminha neste sentido, e que é muito importante manter e seguir aprimorando a imagem da BIREME como inovadora e como biblioteca virtual.

O informe conclui que, como regra geral, serviços móveis não significam duplicar serviços para Internet acessada em computadores pessoais. Significa oferecer informação crítica para profissionais que tem atuação também móvel, que não estão sempre no escritório ou que viajam e precisam se manter atualizados sobre informações de relevância para seu perfil.
As entrevistas identificaram a visão e possíveis serviços que poderiam ser oferecidos por meio de tecnologias móveis:
1 - Serviços de alerta (mensagens de até 140 caracteres): novos registros nas bases de dados mais acessadas, MEDLINE e LILACS, personalidados por perfil de usuário (semanalmente); novos eventos, conferêcias, etc. (frequência variável); RSS de pesquisas SciELO e BVS (frequência variável); novos conteúdos de blogs ou novos comentários para seguidores (frequência variável); anúncios gerais diários – institucionais, sobre a BVS e SciELO (diário); novos periódicos disponíveis (alertas para o editor e usuário, por frequência do periódico – mensal, bimensal, etc.); encontros das comunidades de interesse (Comunicação Científica em Saúde) (frequência variável); press releases sobre periódicos científicos (dimensão da SciELO) (frequência variável); notificação para autores quando citados (frequência variável); atualizações das metodologias da BIREME; posts em microblogs (Twitts) via SMS; e alertas em tempo real sobre conferências, início de sessões, por exemplo.
2 - Acesso a serviços de informação: serviços de fotocópias – SCAD (poderia funcionar apenas para o Brasil).
3 - Serviços de busca: busca na MEDLINE, LILACS, DeCS e SciELO prioritariamente; RSS de estratégias de busca (BVS e SciELO) e novas edições de periódicos (SciELO).
4 – Serviços administrativos: comentários aprovados em blogs; atualizações de posts e comentários em blogs; atualizações nas metodologias BVS e SciELO; dados de periódicos (ISSN, onde estão indexados, fator de impacto); diretório de pessoal da BIREME (sistema de RH), de participantes da rede BVS e seu status; e atualizações de perfil do usuário.
Sustentabilidade da mBVS e mSciELO
Entre as considerações para a sustentabilidade dos projetos mBVS e mSciELO, o estudo aponta:
Usuários de dispositivos móveis (aqueles que não permanecem em ambientes de escritório, profissionais de hospitais, médicos, estudantes) se beneficiarão porque terão acesso à informação durante sua rotina de trabalho.
Os serviços são financeiramente sustentáveis naqueles que não têm custos para recursos de hardware e software já que o mBVS e mSciELO não requer qualquer componente adicional ou software, ou assinaturas de recursos para sua manutenção.

Matéria elaborada por profissionais da BIREME/OPAS/OMS: Abel Packer, Diretor; Marcia Barretto, Coordenadora de Infraestruturas de Tecnologias de Informação e Patrícia Santos, Analista de Comunicação.