Índices de impacto baseados em citações, entretanto, têm inúmeras falhas e pesquisadores, instituições e sociedades científicas tem recomendado restringir seu uso, principalmente para avaliar pesquisadores em concursos e projeções na carreira em todo o mundo. 1 Recentemente, o uso de mídias sociais vem sendo utilizado como indicador alternativo de impacto científico (as denominadas altimetrias), uma vez que cada vez mais os cientistas as utilizam para divulgar seu trabalho e promover debates com seus pares. 2 Já é amplamente aceito, por exemplo, que um artigo que recebe significativas menções via Twitter nos primeiros dias após sua publicação será um artigo muito citado em dois ou três anos – que é o intervalo de tempo no qual as citações são usualmente medidas.

A Web of Science (WoS), entre seus principais produtos e serviços, publica anualmente o Journal Citation Reports (JCR), que reúne os Fatores de Impacto de 11.200 periódicos em todo o mundo. O Fator de Impacto é um índice de prestígio dos periódicos baseado em citações. Quanto mais elevado, maior o prestígio do periódico, e consequentemente, dos autores que nele publicam.

Utilizando a extensa base de dados bibliográficos Web of Science, a Thomson Reuters coletou e analisou os autores que mais citações tiveram no período de 2003 a 2015 em 21 áreas do conhecimento. 3, 4 A lista da WoS inclui 3.126 cientistas (os que integram o top 1%) cujas publicações tem altos níveis de citação. São pesquisadores influentes que trabalham em tópicos inovadores suas áreas e publicam artigos reconhecidos por seus pares como essenciais para o desenvolvimento da ciência e do conhecimento. Na qualificação usada pela Thomson Reuters, são as mentes científicas mais influentes de 2015. O resultado é interessante, se bem que em alguns aspectos, esperado.

Na distribuição por país, os Estados Unidos lideram o ranking de autores mais citados com 1.563 pesquisadores, a metade do total, seguido de longe pelo Reino Unido (cerca de 300), Alemanha, China, Austrália, Canadá, Holanda, Japão, França, Suíça, Arábia Saudita e Espanha.

A América Latina está representada no informe com oito pesquisadores de quatro países: Brasil (quatro pesquisadores), México (dois), Chile (um) e Argentina (um). A tabela a seguir informa seus nomes, instituições de afiliação e área de especialidade (clique na Tabela para abrí-la)

Tabela


Quanto à área de especialidade em primeiro lugar está Medicina Clínica, seguida por Biologia & Bioquímica, Química, Biologia Molecular & Genética, Ciências Animais e de Plantas, Ciências Sociais, Engenharia e Geociências, para citar apenas as oito primeiras.

Evidentemente, a maioria das instituições de afiliação dos autores mais citados é norte-americana, porém outros países têm participação de destaque. Na primeira posição está a Universidade da Califórnia, seguida pela Universidade Harvard (EUA), NIH (EUA), Universidade Stanford (EUA), Sociedade Max-Plank (Alemanha), Universidade do Texas (EUA), Academia Chinesa de Ciências (China), Universidade Duke (EUA), Universidade Oxford (Reino Unido) e Hospital Brigham (EUA).

Além de analisar os autores mais citados, o informe também inclui os 19 autores que mais produziram hot papers nos dois últimos anos (2013-2014) e que representam os top 0.1% do mundo. A lista inclui pesquisadores de instituições-líder em pesquisa como Harvard/MIT (EUA), Universidade Oxford (Reino Unido), e Universidade Washington (EUA), além de instituições na Suiça, Japão e Austrália, entre outros.


Referências

1 San Francisco Declaration on Research Assessment. http://am.ascb.org/dora/ (external link)

2 Altmetric. http://www.altmetric.com/ (external link)

3 Thomson Reuters. The World’s Most Influential Scientific Minds 2015. Disponível em http://ip-science.interest.thomsonreuters.com/worlds-most-influential-scientific-minds2015?utm_campaign=SOI_Report_Autoresponse&utm_medium=email&utm_source=Eloqua (external link)

4 Higly Cited Researchers 2015. Disponível em: http://highlycited.com/ (external link)